segunda-feira, 9 de julho de 2012

POSE PACK - Modern Pin Up Set (download)

Hey!
Fiz esse Pose Pack pra fazer umas fotos da Kitty. É a cara dela, hn?
Espero que gostem!


Com lista.
5 poses de pé
1 pose deitada (chão)


-


Hey!
I did this Pose Pack to make some pictures of Kitty. Typical of her, hn?
Hope you enjoy!


With list.
5 standing poses
A lying pose (floor)









Não compartilhe sem créditos.
Do not share without credits

Desculpem-me pelo post imensuravelmente grande, eu me empolguei um pouco! :P
KissKiss ♥








quarta-feira, 4 de julho de 2012

(Season1) Cap. 04 - Chazz


(AVISO: Desde o início da história eu disse que a cada capítulo eu incluiria alguns assuntos e cenas que não são próprios para menores de 18 anos. Não estão proibidos, mas estão avisados. A história é publicada sem intensões, somente por diversão, MAS é melhor me precaver. Espero que gostem!)
(WARNING: Since the beginning of story I said that each chapter I would incluse some subjects and scenes not suitable for under 18. Are not prohibited but are warned. The story is published with no intentions, just for fun, BUT it’s better to avoid me. Enjoy!)


 “Desde que me formei no colégio, todos os dias são domingos. Exatamente iguais e entediantes, mas que fique claro que isso não é uma reclamação. Estou feliz por estar entediado e não obrigado a ir a aquele buraco que chamam de colégio por aqui, nunca aprendi absolutamente nada naquele lugar.  O que sei aprendi... Na internet?”




“Quando não estou com Simon, Ingrid e Kitts, meus dias se resumiam a ler pela quinquagésima vez meus capítulos favoritos das HQ’s e mangás que tenho (por não tenho dinheiro pra comprar as outras) ou as notificações das redes sociais e fóruns que participo. Ou seja, nada além de nada.”

Uma voz com timbre sutil, podendo ser considerado doce, soou da cozinha.  - Chazz? – Chamou pelo nome do corpo abandonado na cama com lençóis que pareciam feitos de pizza, pelo aroma que exalavam. – CHESTER! – A mesma voz citada se manifestou novamente, modificando o tom em até três vezes mais alto e grave. E claro, agora o nome era pronunciado no lugar do apelido, coisa que toda mãe em estado de fúria costuma fazer.
- Já vou, mãe! – Respondeu em tom menor e prolongado, vencido pela preguiça e desanimo por sempre ouvir gritos onde quer que esteja.



 Chazz era desastrado até mesmo para se vestir, pobre garoto sem senso de moda. Naquele dia, um pressentimento ruim o rondou por toda manhã, vestiu-se então com uma camiseta oficial dos quadrinhos do semi-deus nórdico Thor, era uma tentativa de estar prevenido. Uma tentativa figurativa é claro, Chazz nunca estava preparado.
Desceu as escadas e guiou-se até sua mãe pelo cheiro de limão e mel vindo da cozinha, algo estava no forno enquanto outros três ou quatro outras receitas eram preparadas.


- Bom dia, mãe.
- Bom dia, bebê. Está com fome? – Era incrível como o humor de Martha alternava-se de épico a sereno. Sua aparência negava esse lado “épico” de sua personalidade, cabelos negros perfeitamente alinhados ao rosto maquiado com todos os tipos de comésticos possíveis mas, ainda assim, leve, com cores claras e tons mate.
- Não... Porque me acordou cedo? Alguém morreu?
- Oh! Mas é claro que não, garoto! E você fala como se não tivesse um relógio no seu quarto, duas horas da tarde não é cedo, bebê. – A cada vez que esse apelido era pronunciado Chazz suspirava de leve,  era impossível evitar apesar de já estar acostumado.



 Martha parou de falar por instantes e um sorriso, considerado “maléfico” por Chazz, surgiu em seus lábios com batom coral enquanto suas sobrancelhas se franziam, formando a expressão que fez seu filho confirmar a hipótese do dia ruim que estaria por vir.
- Ah, essa não... – Amargurou – O que foi hein, mãe? Que sorriso de vilã é esse?
- Querido, a partir de hoje sua vida mudará! Chega de quadrinhos e pornografia naquele quarto escuro que tenho medo de limpar!



- Pelo amor dos Deuses, mãe... Isso é assustador demais. Vou voltar pro meu quarto, me chame quando sua sanidade voltar, tudo bem?
- Epa, nem pense nisso rapaz. Aliás, não mesmo, porque cortei sua internet.
- Mãe!!
- Chester, me deixe dar a notícia! Calado! – A versão épica de Matha havia voltado.
- Ok, desculpa... Mas estava blefando sobre a internet, né?
- Chester... – Pronunciou seu nome como um aviso para ficar calado mais uma vez.
- Ok! Ok! Desculpa! O que tem pra me contar?



 - Bebê, a partir de hoje você é um rapaz empregado! Não é maravilhoso? – De todas as possíveis notícias que Chazz pode imaginar no curto espaço de tempo, essa estava entre as piores. Sua mãe se preocupava excessivamente com o desenvolvimento profissional de toda a família, todos estavam resolvidos, menos Chazz que por sua vez reclamou por alguns minutos enquanto era arrastado pra fora de casa, rumo ao seu novo ambiente de trabalho.




Andaram de carro por somente alguns minutos, enquanto Martha lutava contra uma baliza para estacionar, Chazz se apavorava observando todos os estabelecimentos possíveis. Assim que começaram a caminhar, sentiu o braço de sua mãe o guiando até um deles.

-... O Saloon?
- Uhum! – Afirmou espontaneamente, já prevenindo o escândalo dramático que o filho faria.




- Ok mãe, trégua. Falando sério agora, eu já disse que vou conseguir um emprego... Você não está falando sério sobre isso aqui, certo?
- Chazz, você está contratado.




- Ah! Chegaram! Estava a espera de vocês dois. – Uma mulher se manifestou por trás do balcão de madeira maciça que, juntamente com os outros adereços, manipulava o ambiente transformando-o em um antigo bar do Velho Oeste.



- Dona Constança – Martha fez uma pausa – Este é meu filho Chester. – Estava nervosa por algum motivo, talvez fosse por medo de ter que agarrar o braço do filho a qualquer momento em que este decidisse sair correndo.




- YAAY! – Um urro saiu da boca de Constança assustando até mesmo os cupins que habitavam a velha mobília.  Agitou um dos braços, o que fez o gesto parecer uma tentativa de boas vindas ou incentivo ao novo garçom. – Muito prazer, garoto! A partir de agora seremos uma dupla de cowboys!
- ... Merda. – Foi tudo que Chazz conseguiu dizer enquanto ainda se recuperava do susto.



Constança deu a volta pelo balcão gesticulando as mãos com rapidez e comentando coisas semelhantes a “Você vai ficar uma graça de uniforme”, aproximou-se de Chazz e o enganchou pela cintura no abraço mais apertado que este já sentira na vida. Mal havia se recuperado de um susto e já havia tomado outro.

Martha teve certeza de que Constança não daria nenhuma chance para fugas, gargalhou espontaneamente ao ver o filho se contorcer no abraço, apavorado. Seu riso não vinha somente do humor da cena, o alívio de ter conseguido um emprego para Chazz também a satisfazia.






A pouca distância do “Velho Oeste”, a água do mar envolvia parte do corpo de Kitty. Olhava para as ondas sem nenhum objetivo e foco em seu passeio semanal até a praia, para manter a cor padronizada da pele.




Encolheu-se pelo frio, apesar do sol as ondas pareciam congeladas. Era a primeira vez que visitava a orla sozinha, sem o alguém que costumava acompanhá-la nem que fosse para firmar o quarda-sol na areia ou coisas do tipo. É claro que as lembranças vieram à tona no mesmo instante, um acontecimento comum para alguém que acabou de terminar um relacionamento.






O bip infernal do celular a fez levantar e caminhar até onde havia se instalado. Caminhou e resmungou primeiramente por isso e depois pela dificuldade em encontrar o aparelho em meio a todas as outras coisas que fazia questão de trazer.

Havia uma mensagem, pressionou “Ver” implorando para que fosse só mais um aviso ou promoção da operadora.







“Que tal fingir que essa é a primeira mensagem que trocamos? Começamos errado e seria muito bom ter uma segunda chance. É difícil resistir vendo você estampada em todos os cantos, Marilyn. Desculpa.”

Infelizmente a operadora não a chamaria de “Marilyn”.  Fitou o visor por longos segundos se perguntando se deveria ou não responder a mensagem de Rupert.



Por fim, bloqueou o celular antes de jogado novamente a bolsa e estirou-se na areia. Posando como se estivesse frente as câmeras, passou o resto do tempo ali alternando hiperativamente a posição das pernas.




- É sério mesmo? Esse é meu uniforme? – Depositando todo seu desanimo na voz, lá estava Chazz uniformizado. Uma camisa de botões estampada com cactos e costuras falsas, calça branca que, em um homem de porte ficaria apertada e um belo cinturão.


- Ele não está perfeito, Martha!? As roupas ficaram largas, que gracinha!
- É... Ele está sim, Dona Constança. Um pitel. – Era quase impossível segurar o riso ou se conter para não fotografar Chazz vestido daquele jeito, mas Martha estava resistindo.
- Ah se eu tivesse a sua idade, garoto... – A partir dessa frase Chazz passou realmente a temer a situação.





Olhou nos olhos da mãe tentando transmitir uma mensagem de ajuda, mas a conhecendo bem, sabia que logo o abandonaria ali. Isso tudo não passava de um castigo por todas as vezes em que chegou em casa dias depois de não dar sinal de vida ou mesmo por aquelas em que se recusou a ir buscar algo no supermercado por preguiça de largar o controle do video game.




E foi exatamente o que aconteceu. Martha se despediu de Constaça e deu todas as permissões que precisava para torturar o garoto pelo resto da tarde. Não havia mais nada a fazer a não ser suportar.




 - Então, pra onde nós vamos? – Ingrid perguntava ansiosa no outro canto da cidade onde se encontrava o resto do grupo dissipado.
- Na boa? Não vamos encontrar nada de bom acontecendo hoje. – Respondeu Simon que se encontrava sentado entre duas damas, uma desconhecida e outra conhecida até demais pro seu gosto.




- Alguém tem pais viajando ou algo assim? – Helena, a dama desconhecida, propôs uma provável house party. Era amiga de Lisa, que se encolhia temendo que a noite não fosse boa como imaginou.



A conversa que não chegaria a lugar nenhum por enquanto foi interrompida pelo celular de Simon.

- Vou atender, decidam isso até eu voltar. 



Já imaginava que seria uma ligação de seu melhor amigo e, por isso, se afastou da mesa. Queria contar a ele o quão grande era o busto de Helena.

- Chazz? Tentei te ligar o dia todo seu filho da puta. Onde você está?



- Cara, você TEM que me ajudar! Estou no Saloon, tem uma mulher louca, ela me colocou um uniforme de cowboy com calça branca e cinturão, está me chamando de gracinha a alguns minutos... Ah, você pode vir aqui me ajudar? – Porém Simon não teve nenhuma oportunidade de citar o busto de Helena. Chazz soltou tantas informações em uma única frase que tudo que pode fazer foi rir e responder com “Não posso perder essa”.




- Chazz? – Durante os minutos da ligação, Chazz percebeu uma silhueta do outro lado da cerca. Pensou ser um pedestre qualquer, mas a voz foi perfeitamente reconhecida.
- Merda... Que desgraça de cidade pequena, cara. – Amargurou o fato, já que era a única coisa que podia fazer enquanto tomava coragem de girar o corpo.




- Kitts! Você veio me salvar, não foi? – Contornou a situação rapidamente, o que a tornou mais insana ainda para Kitty.
- Chazz... Porque você está de cinturão, querido? E te salvar do que?
- Da louca! Ele fica me chamando de gracinha, Kitts, você tem que me ajudar. – Chazz estava encenando, tentando deixar a situação, pelo menos, engraçada. Mas o medo de Dona Constança e seus abraços calorosos era real.




- Hum, então você arrumou uma namorada, é? – Zombou, entrando na brincadeira. – Quero conhecer imediatamente!
- Agora é sério, Kitts. Minha mãe me enfiou nesse emprego, estou realmente em apuros aqui.




Por fim, entraram no estabelecimento e se acomodaram em uma das mesas, já que Constança não estava por perto. Eram dois andares de mesas e, para a sorte de Chazz, esta passava a maioria do tempo na parte de cima.

- Para de reclamar, Chazz! Pelo menos você tem um emprego agora.
- Kitts... Estou vestido de cowboy.
- Ei! Não fale como se eu não passasse por isso, em apenas uma semana eu fui astronauta e marinheira... E isso ainda fica exposto pra todos os lados!




- E quem é essa bela senhorita? – Mesmo possuindo tamanho suficiente para ser facilmente vista, só voltaram as atenções para Constança quando sua voz cortou a conversa. Chazz se levantou em um impulso, pelo susto que levou (outro).




- Olá! Você deve ser a Dona Constança, certo? Chester estava me contando sobre você agora mesmo. – Kitty vestiu uma carapuça de falsidade, fazendo social com a nova patroa do amigo.
Chazz já havia contornado algumas mesas com a bandeja recolhendo o que deveria, ainda motivado pelo susto.




- Sim, minha querida, sou eu. Meu Deus! Quem é você? Parece uma boneca viva!
“Finalmente falando algo que faz sentido...” – Foi o que Chazz pensou.
- Ah, mas o que é isso, Dona Constança. A senhora que parece uma bela dama que acaba de sair daqueles filmes de Bang Bang! Aliás, muito obrigada por dar esta oportunidade ao Chazz, estou certa de que ele está adorando! – Kitty estava sendo tão irônica que o riso quase escapava. Mas concluiu que tudo não passava de exagero de Chazz, a dona a sua frente era tão amável quanto imaginava.



- Que cara é essa cowboy? Não desanime, o turno só termina a noite, quero você treinado pras próximas semanas, está bem?
- Sim, Dona Constança...
- Mas melhore essa carinha ou eu laço você!




- Coisa adorável! – Constança não resistiu, firmou os dedos na bochecha de Chazz a apertando até que ficasse vermelha.

Kitty surpreendeu-se e odiou não pode gravar a cena pra mostrar pros outros depois. Seu sorriso quase escapou ao perceber que isso já não seria possível já que ambos estavam com raiva, mas sustentou e continuou observando Chazz se contorcer.



- Agora vai! Sirva algo pra sua amiga como cortesia por ser tão bonita e volte ao trabalho. Se precisar de mim, estarei no segundo andar!
- Não acho que venha precisar... – Chazz rebelou-se em tom baixo, afagando a bochecha vermelha e dolorida.

- Essa é a sua chance de perder a virgindade, Chazz. Ela está apaixonada! – Kitty quase sussurrou a provocação.

Chazz manteu-se em silêncio, já estava acostumado a ouvir coisas do tipo, mas quando vinham de Kitty era pior.




Olharam o cardápio de coquetéis – que era incrivelmente grande. Chazz demoraria anos para aprender a fazer todos eles – e optaram por “Francesca” que resultou em um líquido roxo, que adornaram com limões e adereços.



- Quando te vi assim pude jurar que estava fazendo aquela coisa japonesa que gosta... Qual é o nome mesmo?
- “Cosplay”. – Chazz respondeu de cara fechada, não para Kitty e sim pela situação.

Ao escutar a porta ranger, Chazz virou-se de imediato, estava a espera de Simon que afirmou que logo estaria presente. Arqueou uma das sobrancelhas ao perceber que cinco pessoas entraram e, só então, parou pra pensar no que tinha feito.




Ingrid avançou primeiro, havia uma mão pousada em sua cintura, mas ela não aparentava estar feliz com a situação. Logo após Simon, que ao contrário de Ingrid, parecia estar realmente acompanhado. Lisa finalizou, atrapalhando-se um pouco com a porta temática do bar.


Sentaram-se a mesa central do salão, próxima ao balcão onde Kitty e Chazz estavam. Ingrid estava distraída com o dono da mão em sua cintura – tentando evitá-lo, na verdade – e não percebeu as presenças. Já Simon se aproximou um pouco hesitante para cumprimentar o amigo, sem entender definitivamente nada do que estava acontecendo ali.
- Chazz – Pronunciou seu nome enquanto ainda olhava em sua direção – Kitty – Agora havia voltado o olhar para Kitty, mas só por alguns segundos. Terminou seus cumprimentos e partiu para se sentar aos outros.






Chazz e Kitty assentiram com a cabeça para o cumprimento de Simon, mas estavam atrasados, ele já havia se sentado ao lado dos dois “estranhos” que estavam na mesa.
- E quem é a loira que me fuzilou com os olhos quando entrei? A culpada por esse seu olho roxo, é? – Perguntou Helena sem hesitar em apontar.
- Não, ela não tem nada a ver com isso. – Simon havia escapado da pergunta.


- Droga... Me perdoa, Kitts. Eu sempre faço merda, não é? – Chazz apoiou as mãos no balcão e suspirou enquanto se desculpava, era incrível para ele perceber que tudo tramava contra um dia comum.
- Não tem que se desculpar, Chazz... Está tudo bem.
- Mesmo?
- Você é o que está mais distante de ter culpa nisso tudo.
- Você sabe quem são os outros?

- Não, eu não sei. – Kitty fez uma pausa e apontou com o dedo para o balcão – Só sei que é melhor você ir colocando algo que não seja tão doce nesse balcão antes que eu vomite. Sinto muito, Chazz, mas esse é um dos piores coquetéis que já bebi!
- Ah! Eu me esqueci de te contar! Não vai acreditar no que encontrei no meio dessas bebidas todas. – Chazz agitou-se revirando as garrafas que estavam esquecidas embaixo do balcão.


Misturou algo na coqueteleira e se preparava para servir em uma taça.
- Ok... O que diabos é isso?
- Não seja ansiosa, Kitts. Beba e saberá!

- Passa logo isso pra cá!



O que Chazz serviu a Kitty era chamado de Licor de Absinto – incoerentemente, já que era um dos mais fortes destilados – Sabia que ela amava o gosto de Anis que permanecia na boca durante um tempo, esta vivia comentando e reclamando sobre não ser facilmente encontrado no mercado por ter suposto efeito alucinógeno.
Kitty animou-se, agradeceu e enquanto bebia o primeiro gole, pode sentir que alguém a observava atentamente da mesa. Ingrid havia, finalmente, percebido sua presença, mas não houve nenhuma alteração de clima, permaneceu onde estava pelo bem do bar.





Tudo correu da mesma forma durante algumas horas. Os que estavam a mesa comeram e beberam o que o bar oferecia, já que não havia mais nada pra se fazer na cidade.
Simon voltou o olhar para Ingrid diversas vezes, procurando ajuda para sair dali, mas estava dispersa a ponto de não perceber. Estava acompanhado de Helena e encontrar Kitty ali não estava nos planos, não ainda. As coisas poderiam estar realmente arruinadas agora.

Era tarde demais pra negar algo ali, restou a Simon encarar os fatos e tentar se divertir um pouco.

- Lisa querida, onde está o seu namorado? – Mais um pergunta vinda de Helena que estava intrigada em ver Lisa sozinha.



- Ficou maluca, Helena? Não tenho namorado nenhum!

- Outro pé na bunda, Lisa? – Os outros perguntaram em coro.

- Me deixem em paz, ok!? Mas que coisa! – Gesticulou com as mãos de um lado para o outro ao franzir as sobrancelhas irritada por sempre ser motivo de chacota.


A essa altura Chazz já havia se arrependido mais uma vez naquela noite. A taça de absinto havia sido consumida rapidamente por Kitty e isso a motivou a beber na tentativa de fugir da situação em que estava. Desde que viu a mão de Simon ao ombro de Helena, sentiu-se tentada a garrafa de Jack Daniel’s e agora estava investindo nela.

- Kitts, tem certeza de que quer isso puro? Eu já sabia que gostava de bebidas fortes, mas você está começando a me assustar... Aliás, você está bem? Que cara é essa?



- A única cara que tenho, Chazz. E dá pra relaxar? Só gosto de apreciar um bom whiskey.
- Kitts, dezesseis doses é apreciar demais um whiskey! Vou trocar de roupa e te levo pra casa. Não beba mais até eu voltar, está bem?
 - Claro. – Ironizou Kitty. Chazz era gentil demais para tomar o copo de sua mão, sabia que isso não terminaria bem, mas não conseguiu agir.




Havia uma espécie de trocador atrás da cozinha do bar, onde Chazz havia deixado suas roupas. Já havia dobrado seu “glorioso” uniforme e o colocado na estante junto aos sapatos de couro, agora calçava os seus. Tentava ser rápido, mas algo o impedia de sair dali.




Pensar no quanto seria difícil levar Kitty no estado em que se encontrava até em casa era o motivo de sua demora. Odiou-se por não ser o ombro amigo que ela precisava, ao invés de tentar distraí-la de Simon, agiu como um idiota oferecendo bebida a quem já considerava isso como uma saída, mesmo não sendo.

- Pelo menos a leve pra casa! – Disse para seu próprio reflexo no espelho.




Quando finalmente voltou, decidido a ser o bom amigo que Kitty precisava, a encontrou debruçada ao balcão, resmungando coisas inaudíveis.
Não era comum vê-la dessa forma, agia como uma dama dos aos 50, sempre em cima do salto, sem nenhuma preocupação.

- Kitts! Levanta daí, vamos pra casa! Droga, acho que nunca te vi tão chapada na vida...

- Chapada!? Você não sabe de nada mesmo, não é? Uma dama NUNCA fica chapada, Chazz! Que palavra horrorosa.


- Ah, claro Lady Kitty. Então você está brutalmente alterada por ingerir fluidos absurdamente fortes todos de uma vez. Vem, vamos pra casa.

A culpa de Chazz se amenizou ao se divertir com a cena.  Por fim, a situação se tornou cômica.


- Wow! O que houve aqui? – Simon havia se aproximado, estavam se preparando para embora, mas Chazz nem percebeu.
- Kitty só está tirando um cochilo, Simon. Deixa ela.
- Ok... Deixe-a em casa, ok?

- Pode deixar.





Chazz despediu-se de todos eles – incluindo Dona Constança – E voltou para buscar Kitty, que estava na mesma posição, agora de olhos fechados. Passou alguns minutos lutando contra si mesmo para elevar o tom da voz e acordá-la.




Não sendo possível, apoiou a amiga em seu ombro, pegou sua bolsa de praia que estava jogada ao chão e saiu dali as carregando.

- Sem cair, Kitts, sem cair.
- Chazz, meu pai vai me matar...

Chazz suspirou ao lembrar-se desse fato. O pai de Kitty a tratava como uma princesa ou qualquer outra coisa do tipo, temeu um encontro com ele onde a entregaria exalando cheiro de álcool.




Ao que tudo indicava Chazz não conseguia fazer escolhas certas. Em alguns minutos, após carregar Kitty pelas ruas, estava em seu quarto, colocando um cobertor sobre seus ombros.



- Boa noite, Kitts, melhoras. – Pronunciou as palavras de forma mais rápida do que de costume, apressado para sair logo dali e terminar o dia adornado de acontecimentos bizarros.



- Chazz... – Kitty chamou por seu nome em tom baixo, que pareceu choroso por uns instantes. Efeitos da alteração que o álcool pode causar – Onde você vai dormir?


- Lá embaixo... No sofá.
- Isso é ruim... Não?
- Não, está tudo bem. Já dormi lá outras vezes. Agora deite-se aí e durma, ou vai acordar com uma dor de cabeça bem infernal amanhã...
- Senta aí.
- Não, Kitts. Você está com sono, vá dormir.
- Chazz, sente-se logo aí.


Chazz segurou um suspiro por vários segundos, depois o soltou, sinalizando que esta não era uma boa opção. Já era estranho estar ali, qual a necessidade de piorar?

- Ok, estou sentado. O que foi, Kitts?
- Sabe o que a Ingrid me contou uma vez?
- Não... Não sei e também não sei se quero saber, viu?
Só estava dialogando tão livremente porque sabia que Kitty não se lembraria de nada no dia seguinte.


- Que você tem olhos azuis. – Afirmou e arrastou-se na cama, livrando-se da coberta. Avançou os braços ao rosto de Chazz, retirando os óculos de lentes extremamente grossas do mesmo. – Wow, e olheiras bem fundas também... – As palavras já estavam saindo arrastadas da boca de Kitty, mas ao contrário da maioria das pessoas, não sentia sono após embebedar-se.


- É, Kitts, eu tenho. – Outro suspiro – Agora durma.
- Não.
- Kitts...


- É brincadeira, Chazz... Vou pra casa, não quero incomodar você.
- Não, você não pode ir sozinha... Aliás, seu pai não ia te triturar viva se chegasse nesse estado?
- Que estado!? Estou bem, só talvez um pouco triste. É um pouco desanimador ser odiada por todo mundo. Você percebeu, Chazz? Eu os perdi.
- Eles só estão bravos, acho que logo isso vai passar...


Kitty sorriu sem humor e o envolveu lentamente em um abraço que demorou a se formar por conta dos braços desajeitados de Chazz. Permanecera em silêncio até ele perceber que deveria dizer algo para melhoras os ânimos.

- Você pode contar comigo enquanto os outros dois estão bravos, ok?

Kitty agora riu e apertou um pouco mais o abraço, aconchegando o rosto em seu ombro. 


- Ok. Até amanhã, Kitts. – Para Chazz, até trabalhar com roupa de cowboy era um fato mais provável do que estar abraçado com uma mulher em seu quarto.
- Ai! – Kitty reclamou da forma como foi afastada, Chazz a empurrou pela cintura em um impulso imediato assim que sentiu os pelos de seu braço se arrepiando.


- Desculpa...
- O que foi, Chazz?
- Kitts, entenda que isso é um pouco complicado pra mim, eu...
- Ah! – Arfou – Chazz, você acha que nunca percebi as olhadas que você dá pra minha bunda? Sei o que está acontecendo aqui, ok?
- Com todo respeito, Kitts, mas você não sabe não.
- Sei sim. E também sei que você roubou uma calcinha do meu quarto.


- O que!?  Já falei que isso não é verdade, Kitts! A Ingrid me atormenta com isso desde os quinze anos, mas eu não faria uma coisas dessas! - Por soar como mentira, mas era realmente implicância de Ingrid.

Kitty parou de falar e levou uma das mãos a boca, começando a encenar uma lamentação, deixando Chazz mais confuso do que já estava.

- O que foi agora?


- Então é isso... Você poderia ter me contado, eu te apoiaria.
- Contado oque?
- Que você é gay, oras. – Implicar com Chazz já era uma das atividades favoritas de Kitty quando sóbria, quando bêbada era a favorita, e dessa vez não poderia ser diferente.

Chazz sentiu vontade de jogá-la pela janela por uns instantes, todos os pelos de seu corpo estavam arrepiados por perceber que aquilo não passava de uma provocação. – Vai dormir, Kitty! – Limitou-se.


- Okay! Parei mesmo agora. Era só brincadeira, Chester, não precisa ficar bravo. - Riu -  Estou bêbada, admito, fico insuportável quando estou assim. Mas aproveitando pra dizer que você é um idiota por se considerar tão incapaz de tudo.  Você não é inferior a ninguém, consegue entender?


- Obrigado... Eu acho.

- Não viva na sombra dos outros, Chazz.
- Eu não vivo, acontece que... Ok, eu não sei o que acontece, nunca sei como devo agir.
- Teste ser mais impulsivo. Pense um pouco em você mesmo, seu bobo!


Resposta errada. Desde os primórdios, Chazz sentia-se atraído por Kitty, não havia um motivo concreto, só o fato de esta se passar por uma “grande mulher” ou algo assim por sua postura imponente de modelo. Tinha plena certeza que não a amava, mas foi possível resistir.
Nunca era.


Os narizes atrapalharam-se diversas vezes, depois foi a vez dos lábios que demoraram a se encaixar por muitos motivos. O maior deles era o nervosismo de Chazz, o segundo maior deles era a imagem de Simon arrancando uma de suas pernas que surgiu em sua mente assim que conseguiu fechar os olhos. Os de Kitty ainda estavam abertos, geralmente as provocações não funcionavam em Chazz.


Talvez este fosse o dia mais estranho de sua vida. Nada estava fazendo sentido, decidiu apenas seguir o conselho de Kitty, dizem que conselhos de amigos alcoolizados são os mais sinceros.


“Não é nada demais, é só sexo.” – Era a frase que mentalizava repetidamente tentando se convencer de que isso não estragaria sua amizade com Kitty, Simon e até mesmo com Ingrid. Mas o fato daquela ser sua primeira vez a distorcia de forma irritante.


Por sorte  isso não estava interferindo em seu “desempenho”.


Ingrid, Simon, Lisa, Nigel e Helena rumaram a primeira “casa vazia” para terminar a noite jogando conversa fora, algo compatível ao tanto que se divertiram naquele dia: quase nada. Aron estava sumido a dias e Carmem dormia como uma pedra a base de calmantes, Ingrid estava praticamente sozinha em casa.

- Já haviam me avisado que você era durona, mas estou começando a achar que isso é puro charme seu. – Nigel ainda testava suas investidas em Ingrid.


- Vai achando então, ôh pigmeu!  Não é porque sua amiguinha se deu bem que você vai se dar também, cai fora.- Nada funcionaria. Ingrid estava sem foco, sua briga com Kitty ainda rondava seu cérebro e não estava se sentindo bem com a presença dos amigos de Lisa.
- Falando neles, onde será que se meteram? – Lisa estava sentada na bancada, já havia percebido o sumiço do casal, mas preferiu só se manifestar agora. Nada contra Kitty, mas queria ver seu primo se dando bem.


- Ah não! – Não demorou até Ingrid perceber que o único lugar que poderiam estar era em seu quarto. – No meu quarto não, Simon! Seu desgraçado!

Invadir o quarto com um chute na porta passou por sua cabeça, mas se deu por vencida quando Lisa comentou algo sobre encontrar os dois despidos.


Não estavam despidos, mas poderiam estar se Simon não estivesse “enrolando” Helena com beijos a longos minutos. Da ultima vez que esteve naquele quarto, não hesitou em estar com Ingrid, que seria algo bem pior que estar com uma desconhecida de Kitty, mas encontrá-la no bar mudou o rumo das coisas, o objetivo era enciumá-la, não esnobá-la.
 

Helena desistiu e se afastou de Simon com um suspiro. Ele a encarou sorrindo sem nenhum sinal de humor, estava até mesmo constrangido com tudo aquilo.

- A loira é sua ex-namorada, não é?
- É. – Entregou-se derrotado.
- Ok... Vou indo então, Simon. Não vai fazer sentido se você não quiser.

Em um impulso suas mãos voltaram a cintura de Helena, era bonita demais para passar por aquela porta se referindo a ele como trouxa.

- Foi mal, Helena... Eu só não esperava por isso.


Ela se soltou dos braços de Simon, o que o fez pensar que havia desistido. Debruçou-se na janela do quarto de Ingrid procurando uma explicação que não o tornaria mais idiota ainda. Havia sido traído – em sua concepção – e isso feria gravemente seu ego, mas era difícil disfarçar  o que sentia pro enquanto.

- Você deve estar me achando um completo idiota, mas é isso aí... Eu tenho que ir.


Virou-se tomando fôlego para continuar seu discurso, mas o perdeu após colocar os olhos em Helena novamente, agora sem a camiseta estampada que vestia segundos atrás.  Colocou a mão sobre o rosto em uma brincadeira consigo mesmo e rogou um palavrão qualquer pela derrota declarada.


A brisa leve amenizava o denso calor que acompanhava os raios de sol  se espalhando pelo quarto de Chazz na manhã seguinte. A temperatura amena parecia perfeita para dar continuidade a sequencia de acontecimentos estranhos.


Um feixe de luz juntamente ao som que vinha da TV forçou Kitty a abrir os olhos. Ergueu metade do corpo com dificuldade pela dor de cabeça que explicava em partes o estava dormindo ao lado de Chazz em uma cama.

- Seu pervertido, poderia ter colocado um pijama. – Kitty ainda não havia percebido a ausência de suas próprias roupas. - Era normal dormir ali após uma noite onde os quatro saíam, bebiam e não podiam voltar as próprias casas por motivos maiores.


Sentou-se a beira do colchão, esticou-se e bocejou. Quase todos os seus músculos estavam tensos. Uma leve preocupação sobre o que havia feito na noite passada a rondou naquele momento, mas nada relevante a ponto de estressá-la. A companhia de Chazz sempre a trazia confiança, afinal.


Quando finalmente virou-se de frente para o espelho e viu o próprio corpo desnudo de qualquer espécie de tecido, encolheu-se e ficou boquiaberta por um tempo, parecia estar unindo forças para liberar o grito que insistia em sair com o susto, mas estava preso pela indignação!


Quando finalmente conseguiu colocá-lo para fora, Chazz acordou de seu vigésimo quinto sono em um pulo. Ainda respirava ofegante e repetia coisas como “O que? Onde? O que houve?” quando viu Kitty encolhida no espelho


Ambos ficaram de pé rapidamente. Kitty avançou um único passo firme no chão em direção a Chazz com a expressão mais fechada que pode.

- Kitts... Calma!
- Ficarei grata por uma explicação.
- Você... Ok, até onde você se lembra?


- Me lembro do que, Chazz!? – Possuía raiva em seu tom, mas não era dedicada a Chazz, não era ignorante a ponto de depositar toda a culpa em uma das pessoas que mais confiava. Realmente não se lembrava de quase nada, e o que lembrava estava distorcido e confuso. – Ah, merda... – Pronunciou-se novamente após uma longa pausa.


Sua expressão permaneceu congelada enquanto todas aquelas cenas vinha à tona em seus pensamentos, um tanto distorcidas, mas perfeitamente compreensíveis.  Lembrava-se de como Chazz havia retirado seu vestido de Poá, mas as horas anteriores estavam em branco. Pegou-se pensando em todas as hipóteses possíveis que levariam Chazz a acreditar que poderia fazer o que fez.



 Algo, além de Kitty se lamentando a sua frente, incomodava Chazz. Era possível perceber sua mãe com uma das orelhas colada a madeira branca, havia uma enorme janela no corredor que o iluminava o suficiente para que fosse possível perceber a sombra de alguém por baixo do vão da porta.



- Algum problema, mãe? Esqueceu algo aqui dentro?

- N-nenhum problema, só preciso limpar o seu quarto uma vez por semana.

- E isso tem que ser agora?

Chazz estava sem paciência. Não costumava agir assim, mas muitas coisas se acumularam, nem mesmo ele foi capaz de suportar sem se estressar, pelo menos, por alguns instantes.


- Não... Eu volto depois então, mas Chester, está tudo bem? – Martha não estava ali somente por curiosidade. Já havia sido estranho escutar ruídos – altos, em sua maioria – a noite, gritos pela manhã a deixaram preocupada.


- Sim, Dona Martha... Tudo bem. – Chazz percebeu sua preocupação e tentou amenizar as coisas utilizando palavras mais sutis.
- Quem está aí dentro com você, meu filho? – Não resistiu em perguntar.


- Bom dia, Dona Martha. – Kitty havia terminado sua busca pelas peças de roupas perdidas pelo quarto, não se preocupou em aparecer de uma vez e acabar com o problema sem mais lamentações.


- Katharine!? – Perguntou por realmente duvidar que fosse Kitty. Por diversos e estrondosos motivos muito óbvios. Nem a aparência estava ajudando, sem maquiagem e cabelo parecia ser outra.


- Desculpa. – Foi tudo que Kitty pode dizer antes se seguir para a escada, seu tom seco denunciava todo o constrangimento que a atingiu.

Chazz preferiu não agir, a deixou ir sem nenhuma interferência. Qualquer que fosse acabaria causando mais confusão ainda.


- Querido, eu não quis atrapalhar nada... De verdade. – O rosto de Martha corou como o de uma adolescente por ter que se desculpar por impulsos curiosos.
- A culpa não é sua, mãe.
- Você quer conversar?
- É claro que não.


Aos primeiros quarteirões, Kitty optou por correr. Tentava se concentrar no caminho para não pensar em nada. O fato de estar sem maquiagem, incluindo seu batom fixante que jurou na embalagem não sair facilmente, era incômodo. Até hoje Chazz havia sido o segundo a removê-lo por completo, em primeiro lugar estava o demaquilante.


Ao contrário do que se pode imaginar, Chazz não estava afetado negativamente pelo o que aconteceu. Em alguns casos – raros – preferia visar o lado positivo, havia feito algo que sempre almejou. Jogado a beira do colchão da cama, observava uma pequena serie de fotografias tiradas por ele em momento de insanidade (se Kitty acordasse e o pegasse com uma câmera em mãos, poderia se considerar um homem morto) e ansiedade por não conseguir dormir na noite anterior. Definiu o ocorrido como “histórico e único”, não aconteceria novamente e por isso precisou guardar algumas “referências”.


Foi uma manhã tranquila no exílio de seu quarto. Até ouvir a voz de Martha novamente naquele dia que afirmou que Simon estava a sua espera na porta. Mal pode acreditar no nome que ouviu, mas não havia outra saída a não ser descer e recebê-lo.

- Eaí cowboy, pronto pra ver o que eu tenho no bolso? – Obviamente não estava, seja lá o que fosse.


- Inacreditável hn? Além de ser aquilo tudo que você viu, deixou isso no bolso do meu moletom antes de ir pra casa – Explicou Simon após uma longa tragada.
- Hum... – Chazz nunca foi um excelente comunicador, mas seu silêncio estava entregando os pontos.
- Aliás, foi mal por não falar com você direito lá no Saloon. Não sabia o que fazer, meus planos falharam.
- Planos?
- Eu não pretendia esfregar a Helena na cara da Kitty assim, ou melhor, eu nem pretendia fazer nada com ela... Por enquanto.
- E fez?
- Fiz sim.


Chazz encolheu as pernas que ficaram apoiadas na cama, descansou a testa em um dos braços e suspirou fundo. Era sua melhor forma de mostrar que precisava dizer algo.
- Tudo isso por causa do emprego? Não é tão ruim, Chazz.
- Não é o emprego.
- O que foi então. Dá pra desembuchar ou vai continuar agindo como uma menina de quinze anos que perdeu a virgindade?
- E eu perdi mesmo.


Simon pôs-se de pé, chacoalhou os braços e forçou sua melhor expressão de surpresa. Sempre torceu por Chazz, apesar da chacota de sempre.

- Peraí, peraí! O que foi que você disse aí? Quem foi a vítima!?
- Kitty. – Pronunciou, sem nenhuma alteração.


- Mas que merda Chazz... Dessa vez eu realmente cheguei a acreditar. – Simon ficou realmente desapontado por concluir que a notícia era falsa.
- Pode acreditar, é verdade. – Chazz tragou uma, depois duas vezes seguida,  seriam aqueles os últimos tragos de sua vida?

Simon riu e balançou a cabeça negativamente, ainda completamente incrédulo


Chazz desdobrou as pernas e se levantou acompanhado de mais um de seus suspiros. Abriu a boca para dizer algo, mas falhou. Tentou novamente e obteve o mesmo resultado, até que desistiu e resolveu esperar mais reações de Simon.

- Você sabe que se isso for verdade você vai perder o que tem aí no meio das pernas, não sabe? – Ameaçou por começar a acreditar em uma possibilidade.
- Não sabia, mas agora sei.
- Chaaazz... Que brincadeira estúpida, cara. Não se brinca com a mulher dos outros assim.
- Ela não... – As palavras saíram sem querer, calou-se imediatamente temendo que Simon completasse a frase mentalmente.


Ele havia completado, mas preferiu ignorar por hora. Desviou o olhar para encará-lo, seu rosto estava limpo, a espera de um motivo para ter expressão. Esperava muito que um sorriso surgisse após Chazz afirmar que não passava de uma brincadeira. Segundos se passaram e nenhuma afirmação veio.

- Então você está me dizendo que perdeu sua atrasada virgindade com a minha mulher? Se puder provar eu acredito.
Chazz torceu os lábios e não suportou mais encará-lo, desviou o olhar e juntou todas as forças que tinha para pronunciar a única frase que poderia por um fim na conversa. – Ela tem um piercing. – Engoliu seco.


Em menos de um segundo, Simon agarrou a camisa de Chazz e o colocou no chão, levando o punho fechado o mais perto que pode de seu rosto.

- Simon! Não me mate, cara! Desculpa, desculpa!
- Desculpas? Tá de brincadeira, né? Eu não vou te matar, otário! Mas fique sabendo que só não te dou uma surra porque isso não vai desfazer a merda que você fez. – Simon começou a frase com o tom alterado, mas aos poucos seu tom de voz diminuía. – Como isso aconteceu!?
- Eu não podia levá-la pra casa e- Chazz não conseguiu terminar o que estava dizendo, Simon o parou chacoalhando a gola de sua camisa presa entre seus dedos.
- Eu não quero saber!
- Mas você perguntou!


- Essa mulher só pode ter surtado! O que diabos está acontecendo aqui!? Que inferno! – Agora seu tom estava bem mais alto do que os anteriores, pronunciava-se de forma confusa e rápida. Completamente indignado. A raiva que demonstrava era uma forma de esconder o quão desapontado estava.

Chazz não teve tempo para formar uma opinião sobre “culpados” do caso. Na verdade ele não formaria uma mesmo se tivesse tempo, mas algo o fazia acreditar que Kitty estava sendo julgada injustamente.

                                              
Escutou Simon descer as escadas rogando todas as pragas possíveis. Jogou-se na cama e percebeu que conseguiu manter o cigarro entre os dedos. Chazz era o único membro do quarteto que não fumava cigarros comuns diariamente, mas era o mais interessado em outros tipos. Sua realidade não era interessante de permanecer.

Sabia que Simon o perdoaria um dia, agradeceu por não ter apanhado e por ainda ter algo entre as pernas.



- Foi melhor do que eu imaginava... – Não se referia somente a reação de Simon.




Obrigada por ler.